Tripé: Assistência, Ensino e Pesquisa
O TRIPÉ: ASSISTÊNCIA, ENSINO, PESQUISA
Duração: 4’15”
ETY CRISTINA: Nesse meu período inicial no Hospital, eu muito rapidamente percebi que a gente era uma organização muito, muito especial, com pessoas incríveis, e que a gente era muito maior do que a gente conseguia tangibilizar. E a gente tinha um projeto muito integrado de assistência, mas também de ensino e de pesquisa. Só que o ensino não era necessariamente o ensino de graduação ou pós-graduação. Nós éramos meio pra diversos parceiros que usavam todo o nosso conhecimento, na verdade todos os nossos recursos, e nós não capitalizávamos isso. E segundo, na pesquisa, a mesma coisa. Os nossos médicos pesquisavam com outros centros de pesquisa, e quem pagava a conta da assistência éramos nós. Mas, independente das contas, era nítido pra mim que pra você ter uma organização virtuosa, contemporânea, essas dimensões de assistência, ensino, pesquisa e mobilização social precisam andar juntas.
NÁDIA ALMEIDA: Então se a gente tem trabalhos publicados em revistas internacionais, tem trabalhos apresentados em congressos internacionais, nós temos trabalhos premiados, de primeiro prêmio mesmo, também em congresso brasileiro. Então não só a gente faz essa parte de assistência médica, de atendimento médico. A gente também tem uma parte acadêmica, de estudo, de publicação de trabalhos, tudo isso.
MÁRCIA BANDEIRA: A gente é uma unidade formadora de reumatologista pediátrico, visando exatamente isso, a disseminação do conhecimento e pra que os residentes possam voltar para as cidades deles e poderem fazer a diferença.
NELSON MIYAGUE: Nossa residência foi a primeira residência reconhecida pelo MEC no Brasil. Como residência de cardiologia pediátrica foi a nossa.
ANTONIO ERNESTO: A residência em cirurgia pediátrica também fui eu que organizei desde o início, e que hoje temos mais de oitenta cirurgiões pediátricos aí no país, que receberam formação aqui, evidentemente com todo o grupo, né?
MÁRIO VIEIRA: Eu estou agora, essa semana, há vinte e cinco anos aqui no Pequeno Príncipe. Daqui a vinte e cinco anos eu não vou estar aqui, trabalhando aqui. Só que eu tenho a oportunidade de plantar sementes aqui que vão passar essa mensagem aqui, esse conceito que eu tenho agora para o futuro. Então a forma que o Hospital, eu acho que está fazendo assim, pensar lá na frente, assim no futuro. Não só investir em área física, mas em formar novos talentos pra dar continuidade a esse trabalho é importante. No meu ponto de vista, assim como eu vejo o futuro, a única forma de você investir no futuro é investir no pessoal que tá começando agora. É investir na educação, na formação. Não só passar conhecimento técnico, mas são os valores que a gente passa, de respeito ao próximo, pelo ser humano, pela natureza, de uma forma global. Então o que a gente procura passar pros mais jovens, alunos da graduação, residentes é não só: “Olha, você tem que ser um excelente médico”. Não. “Você tem que ser uma excelente pessoa”, que contribua melhor pra comunidade.
PATRICIA RAULI: A gente vive um momento presente muito feliz, que é de uma extrema sinergia entre as unidades do complexo: o Hospital, o Instituto de Pesquisa e a Faculdade. Porque quando a Faculdade surge, ela já surge pra fazer essa integração: do ensino, da pesquisa, da assistência. Mas isso leva um tempo pra ser construído. É uma nova cultura, né? A gente saiu da cultura da assistência, pra adentrar o campo da pesquisa e do ensino. E eu vejo que daqui pra frente isso cada vez mais vai ganhar força, nos fortalecer. Aonde a gente leva, a gente conta dessa nossa proposta das três unidades integradas e trabalhando por uma mesma missão, isso deixa as pessoas encantadas, porque são poucas as instituições, principalmente no Brasil, que tem essa possibilidade, essa perspectiva.